sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Libre questiona GDF sobre compra pública de 141 mil livros

A Libre enviou carta ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, pedindo esclarecimentos sobre a notícia de que a Secretaria de Educação se prepara para comprar 141 mil livros infantis e juvenis (47 títulos, 3 mil exemplares de cada um) de uma única editora. O documento é assinado por Cristina Warth, presidente da entidade que representa 104 pequenas e médias editoras. A aquisição do GDF seria destinada a compor o acervo de suas escolas e bibliotecas.

"Queremos crer que essa notícia não seja verdadeira, pois representaria atitude de privilégio para com uma única empresa e falha grave na gestão do recurso público, ignorando a produção de dezenas de editoras que durante todo o ano, diretamente ou via seus representantes, apresentaram livros para análise, como é de praxe nas compras de livros para formação de acervos de escolas, bibliotecas e alunos da rede pública", afirma a carta.

Segundo Cristina, nos últimos anos, verifica-se a inclusão cada vez maior de pequenas e médias editoras nas compras públicas, resultado da profissionalização do setor e do aumento da diversidade e qualidade dos livros que chegam ao mercado. Além disso, os governos têm se preocupado em compor acervos que representem a produção editorial do país.

"Nunca é demais lembrar que é a existência das pequenas e médias editoras que garante a bibliodiversidade e a renovação cultural, pois são elas que via de regra criam oportunidades para o lançamento de novos autores e de projetos editoriais diferenciados. Várias dessas casas editoriais recebem os mais importantes prêmios literários nacionais e internacionais. Portanto, desconsiderar seus catálogos no momento de compor acervos públicos representa não só uma grave falha técnica do órgão responsável, mas também uma negligência em relação à responsabilidade do comprador no fomento da cultura nacional", escreveu Cristina ao governador.

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