terça-feira, 29 de setembro de 2009

As editoras independentes entre os vencedores do Jabuti

Associadas da Libre estão entre os três ganhadores na categoria 'tradução', e levam o primeiro e o segundo também nas de obras "infantis" e "juvenis"


Entre os vencedores da 51ª edição do Prêmio Jabuti, anunciados hoje pela Câmara Brasileira dos Livros, 18 títulos foram publicados por editoras associadas à Libre-Liga Brasileira de Editoras.

Em algumas categorias, a presença da edição independente é francamente majoritária. Em tradução, os três primeiros lugares são de “libreiros”: A Morte de Empédocles / Friedrich Hölderlin (Marise Moassaba Curioni), da Iluminuras, em primeiro; Satíricon (Cláudio Aquati), da Cosac Naify, em segundo; e a tradução da obra de Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov – 2 Volumes (trad. de Paulo Bezerra), pela Editora 34, em terceiro.

Na categoria "infantil", o primeiro e o segundo lugar ram, respectivamente, para A Invenção do Mundo pelo Deus-Curumim (Braulio Tavares), da Editora 34, e para No Risco do Caracol (Maria Valéria Rezende e Marlette Menezes), pela Autêntica Editora. Em "juvenil", primeiro lugar para O fazedor de velhos (Rodrigo Lacerda), pela Cosac Naify; e segundo para Cidade dos deitados (Heloisa Prieto), da mesma editora.

A Cosac Naif também ficou com o primeiro lugar em "capa" e "reportagem", com Moby Dick (Luciana Facchini) e O Livro Amarelo do Terminal (Vanessa Bárbara). A Iluminuras, por sua vez, publicou Dois em um (Alice Ruiz), primeiro lugar em "poesia".

O Jabuti premia os três primeiros lugares (R$ 3 mil para o primeiro) de 21 categorias. A entrega será no dia 4 de novembro, na Sala São Paulo, quando serão anunciados os vencedores do Livro do Ano Ficção e do Livro do Ano Não-Ficção, que recebem R$ 30 mil cada um. Este ano foi criada a categoria de “Tradução de obra literária Francês-Português”, em homenagem ao ano da França no Brasil, em que o trabalho feito por Flávia Nascimento em Topografia Ideal para uma Agressão Caracterizada, pela Editora Estação Liberdade, ganhou o terceiro lugar. Foram inscritas, em 2009, 2.573 obras, 20% a mais que em 2008.

Confira, em vermelho, os títulos publicados por editoras associadas à Libre entre os vencedores de cada categoria, na 51ª edição do Prêmio Jabuti:


Tradução
1º lugar —“A Morte de Empédocles / Friedrich Hölderlin”, Marise Moassaba Curioni (Iluminuras).
2º lugar —“Satíricon”, Cláudio Aquati (Cosac Naify).
3º lugar —“Os Irmãos Karamázov – 2 Volumes”, Paulo Bezerra (Editora 34).

Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes
1º lugar — “Coleção Princesa Isabel – Fotografia do Século XIX”, Bia e Pedro Corrêa Lago (Capivara Editora)
2º lugar — “Árvores Notáveis – 200 Anos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro” (livro e guia de bolsa), Andréa Jakobsson Estúdio Editorial (Andréa Jakobsson Estúdio Editorial)
3º lugar — “Tarsila do Amaral”, Lygia Eluf (Imprensa Oficial do Estado)

Teoria/Crítica Literária
1º lugar —“Monteiro Lobato: Livro a Livro”, Marisa Lajolo e João Luís Ceccantini (Editora Unesp / Imprensa Oficial)
2º lugar —“Pensamento e ‘Lirismo Puro’ na Poesia de Cecília Meireles”, Leila V. B. Gouvêa (Editora Universidade de São Paulo)
3º lugar —“Literatura da Urgência Lima Barreto no Domínio da Loucura”, Luciana Hidalgo (Annablume Editora)

Projeto Gráfico
1º lugar —“Fazendas Mineiras”, Marcelo Drummond & Marconi Drummond (Cemig)
2º lugar —“A História do Brazil de Frei Vicente de Salvador”, Maria Lêda Oliveira (Versal Editores)
3º lugar —“Isay Weinfeld”, Roberto Cipolla (Bei Editora)

Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil
1º lugar —“O Matador”, Odilon Moraes (Editora Leitura) - BH
2º lugar —“De Passagem”, Marcelo Cipis (Schwarcz)
3º lugar — “Alfabeto de Histórias”, Gilles Eduar (Editora Ática)

Ciências Exatas, Tecnologia e Informática
1º lugar — “Introdução à Quimica da Atmosfera - Ciência, Vida e Sobrevivência”, Ervim Lenzi e Luzia Otilia Bortotti Favero (LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora)
2º lugar — “Fundamentos de Metrologia Científica e Industrial”, Armando Albertazzi G. Jr. e André R. de Souza (Editora Manole)
3º lugar — “Mapa do Jogo”, Lucia Santaella e Mirna Feitoza (Cengage Learning Edições)

Educação, Psicologia e Psicanálise
1º lugar —“A Voz e o Tempo”, Roberto Gambini (Ateliê Editorial)
2º lugar —“Religiosidade e Psicoterapia”, Claudia Bruscagin, Adriana Sávio, Fátima Fontes e Denise Mendes Gomes (Editora Roca)
3º lugar — “Educação à distância: o Estado da Arte”, Fredric Michael Litto (Pearson Education do Brasil)

Reportagem
1º lugar —“O Livro Amarelo do Terminal”, Vanessa Bárbara (Cosac Naify)
2º lugar —“O Sequestro dos Uruguaios - uma Reportagem dos Tempos da Ditadura”, Luiz Cláudio Cunha (L&P Editores)
3º lugar —“1968 - o que Fizemos de Nós”, Zuenir Ventura (Editora Planeta do Brasil)

Didático e Paradidático
1º lugar — “História e Cultura Africana e Afro-Brasileira”, Nei Lopes (Barsa Planeta Internacional)
2º lugar — “Meu primeiro álbum de piano solo”, Dulce Auriemo (D.A. Produções Artísticas)
2º lugar - “Coleção cidade educadora - Diário de bordo do aluno 1 - Volume Amarelo”, Áureo Gomes Monteiro Júnior, Célia Cris Silva e Júlia Scandiuci Figueiredo (Aymará Edições e Tecnologia)
3º lugar — “Literatura Infantil Brasileira: um Guia para Professores e Promotores de Leitura”, Vera Maria Tietzmann Silva (Cânone Editorial)

Economia, Administração e Negócios
1º lugar — “Valores Humanos & Gestão. Novas Perspectivas”, Maria Luisa Mendes Teixeira (organizadora) (Editora Senac São Paulo)
2º lugar —“Estratégia e Competitividade Empresarial - Inovação e Criação de Valor”, Luiz Carlos Di Serio e Marcos Augusto de Vasconcelos (Saraiva)
3º lugar — “Meio Ambiente e Crescimento Econômico: Tensões Estruturais”, Gilberto Dupas (Editora Unesp)

Direito
1º lugar — “Introdução ao Pensamento Jurídico e à Teoria Geral do Direito Privado”, Rosa Maria de Andrade Nery (Editora Revista dos Tribunais)
2º lugar —“Execução”, José Miguel Garcia Medina (Editora Revista dos Tribunais)
3º lugar —“Código de Processo Civil - Comentado Artigo por Artigo”, Daniel Mitidiero e Luiz Guilherme Marinoni (Editora Revista dos Tribunais)
3ºlugar - “Atual Panorama da Constituição Federal”, Carlos Marcelo Gouveia (Saraiva)

Biografia
1º lugar — “O Sol do Brasil”, Lilia Moritz Schwarcz (Schwarcz)
2º lugar —“José Olympio, o Editor e sua Casa”, José Mario Pereira (GMT Editores)
3º lugar —“O Santo Sujo: a Vida de Jayme Ovalle”, Humberto Werneck (Cosac Naify)

Capa
1º lugar — Moby Dick”, Luciana Facchini (Cosac Naify)
2º lugar —“Jovem Stálin”, João Baptista da Costa Aguiar (Schwarcz)
3º lugar —“Introdução à filosofia”, Rex Design (Editora WMF Martins Fontes)

Poesia
1º lugar —“Dois em um”, Alice Ruiz S. (Editora Iluminuras)
2º lugar —“Antigos e soltos: poemas e prosas da pasta rosa”, Instituto Moreira Salles (Instituto Moreira Salles)
3º lugar —“Cinemateca”, Eucanaã Ferraz (Schwarcz)
3ºlugar - “Outros barulhos”, Reynaldo Bessa (edição do autor)

Ciências Humanas
1º lugar - “História do Brasil - Uma Interpretação”, Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota (Editora Senac São Paulo)
2º lugar — “Veneno Remédio”, José Miguel Wisnik (Schwarcz)
3º lugar — “A Aparição do Demônio na Fábrica”, José de Souza Martins (Editora 34)

Ciências Naturais e Ciências da Saúde
1º lugar — “Fundamentos de Dermatologia”, Marcia Ramos-e-Silva e Maria Cristina Ribeiro de Castro (Editora Atheneu)
2º lugar —“Oftalmogeriatria”, Marcela Cypel e Rubens Belfort Jr. (Editora Roca)
3º lugar — “Guia de Propágulos & Plântulas da Amazônia”, José Luís Campana Camargo et al (Inpa)

Contos e Crônicas
1º lugar —“Canalha! – crônicas”, Fabricio Carpinejar (Editora Bertrand Brasil)
2º lugar —“Ostra feliz não faz pérola”, Rubem Alves (Editora Planeta do Brasil)
3º lugar —“Os comes e bebes nos velórios das gerais e outras histórias”, Déa Rodrigues da Cunha Rocha (Auana Editora)

Infantil
1º lugar — “A Invenção do Mundo Pelo Deus-Curumim”, Braulio Tavares (Editora 34)
2º lugar —“No Risco do Caracol”, Maria Valéria Rezende e Marlette Menezes (Autêntica Editora)
3º lugar — “Era Outra Vez um Gato Xadrez”, Leticia Wierzchowski (Editora Record)

Juvenil
1º lugar —“O fazedor de velhos”, Rodrigo Lacerda (Cosac Naify)
2º lugar —“Cidade dos deitados”, Heloisa Prieto (Cosac Naify)
3º lugar —“A distância das coisas”, Flávio Carneiro (Edições SM)

Romance
1º lugar —“Manual da Paixão Solitária”, Moacyr Scliar (Schwarcz)
2º lugar —“Orfãos do Eldorado”, Milton Hatoum (Schwarcz)
3º lugar —“Cordilheira”, Daniel Galera (Schwarcz)

Tradução de obra literária Francês-Português
1º lugar —“O Conde de Monte Cristo”, André Telles e Rodrigo Lacerda (Jorge Zahar Editor)
2ºlugar — “Topografia Ideal para uma Agressão Caracterizada”, Flávia Nascimento (Editora Estação Liberdade)
3º lugar — “A Elegância do Ouriço”, Rosa Freire D'aguiar (Schwarcz)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Brasileiros e argentinos vão criar índice de bibliodiversidade

As editoras independentes brasileiras fecharam um acordo com as independentes do mercado argentino para construir um índice capaz de medir a diversidade bibliográfica (ou bibliodiversidade) de acervos. A parceria foi fechada durante a 14ª Primavera dos Livros, que aconteceu este mês em São Paulo, entre a Libre-Liga Brasileira de Editoras, que promove o evento, e a Edinar-Editores Independientes de Argentina por la Diversidad Bibliográfica. Além disso, a Libre decidiu em assembleia formar grupos de trabalho temáticos relacionados à cadeia do livro, que serão definidos durante a Primavera dos Livros do Rio de Janeiro, de 26 a 29 de novembro no Museu da República, já em fase de preparação.

A Edinar reúne 30 associados, que estão presentes também na rede gentedellibro.ning.com. Criada há cerca de dois para juntar ao debate outros profissionais do livro, além de editores, essa rede já conta com 650 participantes, entre livreiros, ilustradores, distribuidores etc. Na Argentina, vigora há cinco anos a lei do preço único, que impede variações regionais no valor do livro. São permitidos descontos de no máximo 10%, e apenas em feiras.

Segundo Guido Indij (fotos), dono da editora La Marca e livreiro, que esteve em São Paulo na 14ª Primavera dos Livros representando a Edinar, após quatro anos de atividade informal, a entidade vai ganhar seu estatuto jurídico até dezembro. "De um modo sintético, podemos nos definir dizendo que estamos contra a concentração editorial, econômica e de opiniões. E a favor da multiplicidade de projetos e de editoras, pequenas e médias, no mercado", afirma.

O índice de bibliodiversidade (IBD), explica Guido, deve refletir, em um conjunto de livros, a relação entre o total de editoras e o total de títulos, quantos são originais nacionais, quantas traduções, quantos lançamentos, reedições, linhas temáticas etc. De modo a ser possível medir se uma livraria, uma região, uma cidade e até um país tem maior ou menor diversidade bibliográfica, ou seja, maior ou menor riqueza no seu repertório cultural. Para Cristina Warth, da Libre, o estudo deve começar com as compras públicas de livros, que têm dados abertos e públicos. Veja matéria completa em www.libre.org.br

Fotos de Kriz Knack

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A trança-rimas



Era assim, trança-rimas, que Tatiana Belinky era chamada pelo pai. A poeta, dramaturga e tradutora deixou a Rússia aos dez anos, em 1929, quando migrou com a família para São Paulo. Nessa idade, já lia "os grandes poetas russos e alemães", contou, na 14ª Primavera dos Livros, onde foi convidada pela Editora 34. É autora de mais de cem livros, entre eles uma encantadora autobiografia, Transplante de menina, e a deliciosa série dos "limeriques", em que recria com brilhante graça o gênero inglês dos Limericks. FOTO de Kriz Knack.

Inscrição de didáticos para jovens e adultos abre em outubro

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) publicou hoje (18), na internet (www.fnde.gov.br), edital com normas e prazos para inscrição de obras no Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA). O período para cadastramento e pré-inscrição dos livros vai de 5 de outubro a 4 de dezembro.

A entrega das obras e documentação está marcada para 4 a 6 de janeiro de 2010. De modo que cerca de 5,4 milhões de estudantes de escolas públicas e entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado, com turmas de ensino fundamental na educação de jovens e adultos, recebem os livros a partir de 2011.

As obras inscritas serão avaliadas pelo Ministério da Educação, que observará a adequação do conteúdo pedagógico. As especificações técnicas de fabricação do livro, como a gramatura do papel e a qualidade da lombada, serão analisadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo.

Uma vez definidas as obras que serão adquiridas pelo FNDE, será produzido o Guia do PNLD EJA 2011, com a relação dos livros selecionados para orientar a escolha feita pelos professores.

As disciplinas das turmas de alfabetização contempladas serão letramento e alfabetização linguística e alfabetização matemática. Já os jovens e adultos matriculados no 2º ao 5º ano do ensino fundamental receberão livros de língua portuguesa, matemática, ciências, artes, história e geografia. Além dessas matérias, os estudantes do 6º ao 9º ano ganharão uma obra de língua estrangeira (inglês ou espanhol). Todos os livros serão consumíveis e não deverão ser devolvidos ao final do período letivo.

FONTE: MEC - www.fnde.gov.br

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Editores, convidados, parceiros

Na 14ª Primavera dos Livros, que aconteceu no Centro Cultural São Paulo, de 10 a 13 de setembro.

Da esq. p/a dir.: Valeria Barbieri, da Libre, Cilene Vieira, da Vieira & Lent Casa Editorial, Pep Duran, da livraria espanhola Robafaves, Vera Wey, de Imprensa Oficial, Angel Bojadsen, da Ed. Estação Liberdade, Silvia Negreiros, da Manati Produções Editorais, Eliana Sá, da Sá Editora, Alonso Alvarez, da Ficções Ediora, Renata Borges, da Ed. Peirópolis, Glaucio Pereira, da Quartet Editora, Maria Zenita Monteiro, coord. de bibliotecas, da Sec.Municipal de Cultura, Cristina Warth, da Pallas Ed. e presidente da Libre, Vera Cardim, do CCSP, Paz Pérez Catalá, da Embaixada da Espanha no Brasil/Aecid, Thereza Christina Motta, da Ibis Libris Editores, Ione Meloni Nassar, da Mercuryo Jovem, Ana Paula Bernardes da Ed. e Livraria Anita Garibaldi, Helena Maria Alves, da Editora de Cultura, Rogério Chaves, da Ed.Fund.Perseu Abramo, Denise Natale, da Editora Papagaio, e Reinaldo Reis, da Ed. Fund.Perseu Abramo. Foto de Kriz Knack.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O visitante catalão



Pep Duran, contador de histórias, editor e livreiro espanhol, esteve na Primavera dos Livros. É um dos responsáveis pela livraria Robafaves, em Barcelona, criada em 1975, no sistema de cooperativa. Sobre ela, Pep contou a seguinte história.

Em 1981, no dia 18 de julho, triste aniversário dos 45 anos do levante fascista contra a República espanhola, uma chuva torrencial inundou a livraria e molhou todos os livros. Os livreiros, então, recolheram da água empoçada umas coisinhas pretas que boiavam, confundidas inicialmente com insetos, mas que eram, na verdade, milhares de letras. Também colocaram para secar sobre as mesas todos os livros, com as páginas agora vazias. Abriram a livraria na manhã seguinte e cada comprador pôde levar um livro em branco e um saco de letras, para compor ele mesmo uma história.

"Cada leitor busca em um livro a sua história e quer ouvir sua própria voz leitora. Ele decide ler aquilo que o ajuda a recuperar as memórias de sensações em seu corpo", ensina Pep. Para isso, ele narra as histórias com fantoches, instrumentos de percussão, chapéus e outros apetrechos que traz na mala de contador. "Uma livraria é uma caixa de música [ele tem mesmo uma caixa de música na bagagem], cheia de segredos."
Fotos de Kriz Knack

Leitura no Parque do Carmo


Em São Paulo para a 14ª Primavera dos Livros, no CCSP, Cristina Warth (Pallas), presidente da Libre, fez o roteiro do Parque do Carmo, na zona leste de São Paulo, com o ônibus-biblioteca. "O projeto é um passo inicial, que deve ser seguido por cada vez mais recursos de leitura para essas comunidades", diz. A Libre organiza oficinas com autores das suas editoras associadas, uma vez por mês, em cada bairro atendido.

domingo, 13 de setembro de 2009

Mais 28 roteiros para o Ônibus-Biblioteca

A coordenadora dos serviços de extensão na Secretaria de Cultura, responsável pelo projeto do Ônibus-Biblioteca, Marta Noser, informou ontem (12), na 14ª Primavera dos Livros, em São Paulo, que, em 2010, serão abertos 28 novos roteiros para atendimento semanal nas periferias de São Paulo.

Segundo Marta, cada ônibus leva 4 mil a 6 mil exemplares por viagem, de um acervo total, no projeto, de 120 mil livros e periódicos. As pessoas também podem usar o ônibus para encaminhar reserva de livros, que serão trazidos na semana seguinte. Há, atualmente, uma média de 200 a 300 reservas por semana.

O Projeto Ônibus-Biblioteca prioriza regiões de baixa presença do Estado, onde faltam bibliotecas físicas, telecentros, etc. Os veículos apresentam o menor índice de extravio ou mutilação de livros: menos de 20%, em comparação a mais de 50% nas bibliotecas convencionais. "As pessoas precisam, sabem que é importante, preservam", diz Marta.

Interessados em solicitar a inclusão de seu bairro, podem fazê-lo pelo site http://www.bibliotecas.sp.gov.br.

sábado, 12 de setembro de 2009

O ressurgimento da política

Para o ex-senador Roberto Saturnino Braga, começa agora um novo ciclo, no Brasil e no mundo: o do ressurgimento da política. "Isso significa que a política vai voltar a ter importância para as pessoas e despertar o interesse da sociedade", diz ele, que lançou hoje, na Primavera dos Livros, em São Paulo, o livro O curso das Ideias-História do pensamento político no mundo e no Brasil, da Editora Fundação Perseu Abramo e da Publisher Brasil.

Esse novo movimento do pensamento político se tornou evidente, na opinião do ex-senador, a partir da pane que atingiu os mercados financeiros globais, em setembro do ano passado. E se traduz pela presença mais forte do Estado. Na América do Sul, isso acontece de forma clássica, mas também nos Estados Unidos, onde o governo tenta implantar programa de saúde pela primeira vez sem base na iniciativa privada, e no Japão, onde a centro-esquerda ganhou relevância recente.

"O ciclo iniciado na década de 80, com o neoliberalismo, a globalização, o esvaziamento e descrédito da política está se encerrando", avalia. O novo ciclo, de resgate da prática política, deve atingir seu auge em 20, 25 anos. Ele acredita que um dos resultados seja a qualificação dos parlamentares brasileiros. "O desinteresse da população pela política se reflete na baixa qualidade da representação. Essa crise no Senado mostra que as pessoas estão entendendo que precisam escolher melhor."

Outra novidade no pensamento político global, na opinião de Saturnino Braga, é a influência cada vez maior do Brasil nas decisões internacionais. "O Brasil vai passar a influir nos processos de decisão do mundo." De um lado, devido a fatores econômicos, como as reservas de petróleo na camada pré-sal, de outro, a características que seriam específicas do pensamento político brasileiro.

"A capacidade de conciliar opiniões radicais. Desde a declaração da Independência, feita pelo próprio filho do rei, até a gestão de Lula, que deixou Henrique Meirelles no Banco Central, mas interrompeu o fluxo das privatizações e lançou os programas sociais. É a nossa sabedoria de encontrar formas de fazer as coisas sem violência. Por isso, o Brasil será muito importante na mediação de conflitos, como no caso da instalação das bases militares americanas na Colômbia."

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Imprensa Oficial lança livro Conflitos na Escola

A Imprensa Oficial lança na Primavera dos Livros, nesta 6a.feira (11), às 11h, dois livros produzidos em parceria com o Cecip (Centro de Criação de Imagem Popular).

Conflitos na Escola - modos de transformar traz análises e sugestões para ajudar a entender e gerenciar problemas que ocorrem no ambiente escolar, transformando os conflitos em fonte de aprendizagem e diálogo, antes que assumam formas violentas. Foi escrito por equipes do Cecip e da APS (Centro para o Aperfeiçoamento de Escolas), da Holanda.

Já o livro CCCria-Centro Cultural da Criança, o Castelo das Crianças Cidadãs conta experiência no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O CCCria é um espaço protegido, onde as crianças de quatro a dez anos, no contraturno, brincam e têm acesso a bens culturais normalmente fora do seu alcance.

Segundo Vera Lúcia Wey, da Imprensa Oficial, os livros fazem parte do selo Imprensa Social, projeto que prevê a edição de obras com ONGs. De uma tiragem de 2.5 mil livros, 500 ficam para o Estado e os demais são entregues às entidades para distribuição.

Ônibus-Biblioteca empresta 3 mil livros/dia

Cada um dos quatro ônibus que levam biblioteca volante a 21 roteiros fixos, em bairros da periferia paulistana, tem cerca de dois mil usuários/dia, a cada vez que estacionam. Uma biblioteca fixa municipal empresta, por sua vez, de 80 a 90 livros por dia. Os dados são de Maria Zenita Monteiro, coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas, responsável pelo Projeto Ônibus-Biblioteca, uma parceria da Libre, que organiza oficinas com escritores nos veículos, com a Secretaria de Cultura.

Zenita participou ontem (10) da abertura da 14ª Primavera dos Livros, no Centro Cultural São Paulo, e também anunciou o início do 5º Festival de Contação de Histórias, em outubro. Adiantou, ainda, que, até o final do ano, serão criados mais dois "bosques de leitura" -- núcleo formado por acervo de literatura, informação e lazer em parques da cidade, funcionando aos domingos, das 9h30 às 16h. Os novos "bosques" ficam no Capão Redondo e em Pirituba. Vão se somar a outros seis em atividade.

Atualmente, a cidade de São Paulo conta com 55 bibliotecas municipais (fora a Mário de Andrade, em reforma, e as do Centro Cultural São Paulo), dez pontos de leitura (com acervos menores, de até 2 mil exemplares, em parcerias com ONGs). Nos últimos quatro anos, a Secretaria de Cultura gastou R$ 5,5 milhões na compra de 7.950 novos livros para o acervo público, e R$ 1,5 milhão, em periódicos.

Aberta em SP a 14ª Primavera dos Livros

Começou ontem, no Centro Cultural São Paulo, a 14ª Primavera dos Livros, encontro de editores independentes promovido pela Libre-Liga Brasileira de Editores. Além de debates, lançamentos e oficinas infanto-juvenis, os livros estão com descontos de 10% a 40%, em todos os 61 estandes, até domingo.

O evento foi aberto por Renata Borges (ed. Peirópolis), que encerrou mandato e transmitiu a presidência da Libre para Cristina Warth (Pallas). A inauguração, seguida de coquetel, teve a presença de Vera Lúcia Wey, da Imprensa Oficial do Estado, que imprimiu todo o material gráfico da Primavera dos Livros São Paulo 2009, Maria Zenita Monteiro, responsável pelo Projeto Ônibus-Biblioteca, uma parceria da Libre com a Secretaria de Cultura, de Paz Pérez Catalá, da Embaixada da Espanha, patrocinadora da vinda ao Brasil de editores independentes de Barcelona, e Vera Cardin, coordenadora técnica de projetos do Centro Cultural São Paulo.